Terminou há coisa de uma horita a terceira noite no Mercado, em Lisboa, animada pelo Buraka Som Sistema. Desta vez a suadeira foi ainda maior do que da anterior. Pelo meio tiveram o prazer de partir a loiça no Popular Soundclash, também em Lisboa, e esta sexta-feira uma muito bem esgalhada capa na edição do suplemento Y, do Público. Acredite o estimado leitor que a bomba está mesmo a rebentar. Num curto espaço de tempo passamos da entrada "à brava" para sistema de bilheteira e lista de convidados. Há quem vá gostar de dizer que esteve lá quando a coisa começou.
Musicalmente, não se imaginem revoluções. Se um ou outro tema parece ter maior aprumo do ponto de vista da produção, outros há que facilmente mantêm o Buraka Som Sistema neste casulo semi-underground. Faltará, sobretudo ao vivo, uma coisita de nada de sofisticação, muito mais hooks de produção própria e algum investimento na melhor coordenação entre os três MCs. Isto, ao fim e ao cabo, são pormenores em noites como as que o Buraka Som Sistema tem feito. Com a população a dançar, a suar, a tirar a roupa e, numa manobra deliciosa, a colocar-se de cócoras quando a ordem chega do palco, a coisa está mais do que lançada.
O que agora, neste exacto momento, se espera é que o Buraka Som Sistema tome absoluto controlo da sua produção e não deixe chegar o mérito deste "kuduro progressivo" (designação cada vez mais assumida pelos próprios) a um Diplo, por exemplo. Ele lá terá, e tem, o seu mérito em muita coisa, mas que esta invenção de Campo de Ourique com apeadeiros nas primeiras saídas do IC19 fique numa primeira fase como um produto da cultura de Lisboa via Luanda. Já se perderam tantas oportunidades de marcar pontos que é sempre bom tentar não falhar uma.
Mas isto pode ser do meu ouvido, que é 1 pouco mouco.
24 junho 2006
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário