28 maio 2007
A grande evasão (mais uma)
Este é um serviço informativo e telegráfico. Serve para dizer que estarei, como pode ver-se no flyer acima, no dia 1 de Junho no distintíssimo Café Vinil, em Sintra, a partir das 22h00.
Não estarei apenas como ornamento, esclareço, podendo ser visto e ouvido como seleccionador de discos. Ementa: roots reggae e vintage riddims. Para quem não gostar há umas saladas óptimas.
Mas isto pode ser do meu ouvido, que é 1 pouco mouco.
17 maio 2007
Projecto paralelo
Por razões anteriormente sugeridas, esta será informação sucinta e objectiva. O tempo, por ora, não abunda e as horas de sono têm valor infinitamente superior ao da Custódia de Belém.
Coincidência simpática é que, pelo segundo ano consecutivo, passarei parte do 18 de Maio, Dia dos Museus, num museu. Depois de no ano passado ter assinalado um importantíssimo aniversário da Fender no Museu da Música, esta sexta-feira vou ao Museu do Traje, ali ao Lumiar, em Lisboa.
Integrado do ciclo ...e África Aqui Tão Perto, realiza-se sexta-feira, 18 de Maio, pelas 18h30 uma Conversa de Fim de Tarde em que a temática africana levará algumas pessoas e este maduro a conversar sobre a cultura hip hop. Manuel Halpern (jornalista do Jornal de Letras), Teresa Fradique (antropóloga), Otávio Raposo (realizador de cinema) e os rappers Bob da Rage Sense, Chullage e Sagas (Micro).
E se a converseta não estiver interessante, o que se prevê difícil de verificar-se, que se dedique o cidadão a assistir à performance de grafitti de alguns writers coordenados por RAPS. Mais tarde, pelas 22h00, Bomberjack organiza um concerto com UbSquad, Bob da Rage Sense, Sagas e SP & Wilson, com b-boying a cargo dos HipHop Notics e Fórmula Armada.
Toda a informação sobre o programa ...e África Aqui Tão Perto aqui mesmo.
Mas isto pode ser do meu ouvido, que é 1 pouco mouco.
15 maio 2007
Anúncio
Estimadíssimo leitor, ouvinte, freguês e amigo:
Compreenderá certamente se lhe disser que, tendo esta semana regressado à vida profissional a sério - sem os amadorismos bacocos, os embustes saloios e as falências idiotas com que me cruzei nos últimos 20 meses -, me debato neste momento com um gritante défice de tempo para alimentar este espaço de amor e harmonia. E que, não tendo a habilidade para produzir coisas vagamente interessantes durante 24 horas do mesmo dia, darei por ora menos atenção ao triunfante e multipremiado 1 Pouco Mouco. Dando-se o caso de não compreender a explicação, estamos mal.
Mas isto pode ser do meu ouvido, que é 1 pouco mouco.
11 maio 2007
Inglaterra, 1983
(Trailer de This is England)
Toda a marginalidade encerra em si uma beleza extrema e comovente. Se semelhante afirmação será, dentro dos parâmetros médios, algo no limiar da rebeldia inconsequente, então talvez seja de ilustrá-la com o mais recente filme do inglês Shane Meadows, This is England de seu nome.
Não sei, por assumida ignorância face aos calendários de estreias em Portugal, se This is England poderá ser visto em condições dignas neste canto da Europa. Estreado em Inglaterra no passado mês de Abril, estará no entanto disponível no acessível circuito de DVD mais tarde ou mais cedo. Isso é importante.
Não será fácil pedir a aclamação de This is England a quem, independentemente de vislumbrar ou não a tal beleza da marginalidade, nunca alimentou qualquer tipo de relação com as numerosas manifestações culturais urbanas e jovens das ilhas britânicas desde a segunda metade do século XX.
No caso de yours truly, e podendo o facto ser considerado anormal, é uma relação natural, geracional e intelectual (sem qualquer relação com petulância, entenda-se). Constato agora, ao consultar dados briográficos, que Shane Meadows tem exactamente a minha idade.
Passado nos subúrbios de Nottingham em 1983, This is England contextualiza-se desde logo numa brilhante montagem inicial: Tatcher, a Guerra das Falkland/Malvinas, o desemprego extremo, o emergir da Frente Nacional.
E a música que, balizada por "Tainted Love", dos Soft Cell, dá depois lugar ao universo que marcava a realidade da comunidade skinhead interracial e não segregacionista. Falo, naturalmente, de soul e de reggae, da música que coloria encontros de jovens de raças diversas que tinham em comum a pertença a uma classe operária e códigos de conduta e vestuário em boa parte resgatados aos rude boys jamaicanos. Não por acaso, no filme pode ver-se, por exemplo, um poster alusivo ao seminal The Harder They Come, com Jimmy Cliff pistoleiro.
Gira tudo em torno do estreante e surpreendente Thomas Turgoose, que saltou de um casting para interpretar a personagem de Shaun, espécie de puzzle de estilhaços biográficos do próprio realizador.
Alvo do proverbial bullying, é adoptado por um grupo de skinheads pelos quais é impossível não sentir simpatia (ou empatia?). E que, no tal registo interracial, inclui no seu núcleo um descendente de jamaicanos com uma deliciosa figura a lembrar o 2-Tone, os Specials e os Madness. Naturalmente, com boas doses de erva a selar as amizades.
Depois aparece a Frente Nacional e o racismo exacerbado, a visão da imigração como causa de todos os problemas sociais e a ausência de orgulho patriótico.
O que fascina verdadeiramente em This is England, além da insuperável dimensão emocional atribuída a personagens que alguns verão apenas como hooligans, é mesmo a forma simples mas apaixonada com que Shane Meadows filma parte da sua cultura e, como o próprio assume, da sua vida. Um género de vida que, mesmo à distância, uns quantos de nós se habituaram a respeitar e estudar com diletância.
Perdoai qualquer coisinha, mas algo de tão básico como This is England é que para mim merece aquelas designações vagamante abstrusas como "Filme do Ano".
(Reportagem sobre This is England e entrevista a Shane Meadows no programa The Culture Show, da BBC)
Mas isto pode ser do meu ouvido, que é 1 pouco mouco.
09 maio 2007
Salada Mista Sem Tomate #11
Ao contrário de outras actividades, grupo onde a escrita se inclui, fazer esta espécie de coisa radiofónica não parece depender directamente da disposição.
Por isso mesmo, assinala-se aqui a conclusão da emissão número 11 da Salada Mista Sem Tomate, o tal podcast que, com origem na zona oriental de Lisboa, já cruzou campos e vales e um mar assim para o grandito, como dizem que é o Atlântico.
No momento presente, tenho alguma pena de que as pessoas que consomem esta bizarria não se manifestem mais. Não para pedir autógrafos, IDs ou dinheiro, mas para, vá lá, saber quem são e o que querem da vida. Não, essa segunda parte não é necessária.
Enfim, o alinhamento da 11ª emissão:
1. Black Rebel Motorcycle Club: "Took Out a Loan" (Baby 81, 2007)
2. The Horrors: "She is The New Thing" (Strange House, 2007)
3. The Damned: "The Shadow of Love" (Eternally Damned, 1994)
4. Nine Inch Nails: "God Given" (Year Zero, 2007)
5. Chemical Brothers: "Do It Again" (We Are the Night, 2007)
6. Groove Armada: "Drop That Thing" (Soundboy Rock, 2007)
7. Mike Doughty: "I Hear the Bells" (Haughty Melodic, 2005)
8. Björk: "Innocence" (Volta, 2007)
9. Dinosaur Jr: "Crumble" (Beyond, 2007)
10. 22-20s: "Devil in Me" (22-20s, 2004)
11. Cowboy Junkies: "Still Lost" (At the End of Paths Taken, 2007)
12. Beirut: "Carousels" (Lon Gisland EP, 2007)
13. Loney, Dear: "And I Won't Cause Anything At All" (Loney, Noir, 2007)
14. Simian Mobile Disco: "Tits & Acid" (Attack Decay Sustain Release, 2007)
A tal passagem para a outra margem: SALADA MISTA SEM TOMATE.
NOTA: As emissões mais antigas da Salada Mista Sem Tomate deixarão, progressivamente, de estar disponíveis online por limite de capacidade do servidor.
Mas isto pode ser do meu ouvido, que é 1 pouco mouco.
05 maio 2007
01 maio 2007
Salada Mista Sem Tomate #10
Chegado à sessão número 10 da Salada Mista Sem Tomate, concluo estar a tornar-se uma coisa séria esta cruzada para fazer de Portugal (para não mencionar a Colômbia, o Japão e as Ilhas Faroé, onde este o podcast também chega) um sítio muito mais interessante para viver.
Tentanto estar à altura de comentários extasiados e tresloucados realizados a propósito da Salada Mista Sem Tomate, cada emissão é mais preciosa do que a anterior, apostada em ganhar o céu por via da perfeição estética. Não me diga o leitor que não é verdade.
Mais uma vez, nova sessão significa nova convivência entre coisas novas e coisas velhas, mais aquelas que não são nem uma coisa nem outra. Na minha opinião, está jeitosíssimo, mas posso ser vagamente suspeito.
Adiante. Aqui está o alinhamento da 10ª emissão da Salada Mista Sem Tomate:
1. The White Stripes: "Icky Thump" (Icky Thump, 2007)
2. 1990s: "Situation" (Cookies, 2007)
3. The Pigeon Detectives: "You Better Not Look My Way" (Wait for Me, 2007)
4. Au Revoir Simone: "Sad Song" (The Bird of Music, 2007)
5. The Bravery: "Time Won't Let Me Go" (The Sun and The Moon, 2007)
6. T.Rex: "20th Century Boy" (The Very Best Of T.Rex [Original Recording Remastered])
7. Battles: "Race In" (Mirrored, 2007)
8. Dub Pistols: "You'll Never Find" (Speakers and Twisters, 2007)
9. Patti Smith: "Gimme Shelter" (Twelve, 2007)
10. Queens of the Stone Age: "3's & 7's" (Era Vulgaris, 2007)
11. Someone Still Loves You Boris Yeltsin: "Anne Elephant" (Broom, 2005)
12. Tom Waits: "Gun Street Girl" (Rain Dogs, 1985)
13. Man Or Astro-Man?: "A Reversal of Polarity" (EEVIAC Operational Index and Reference Guide, Including Other Modern Computational Devices, 1999)
14. Bo Diddley: "Bo Diddley" (Bo Diddley, 1958)
Passaporte para a alegria: SALADA MISTA SEM TOMATE.
NOTA: As emissões mais antigas da Salada Mista Sem Tomate deixarão, progressivamente, de estar disponíveis online por limite de capacidade do servidor.
Mas isto pode ser do meu ouvido, que é 1 pouco Mouco.
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