28 maio 2006
Aguas de Maio
Os juízos precipitados podem ser uma coisa muito desagradável. Felizmente, no caso dos Guns N' Roses, indissociáveis do telenovelesco silêncio editorial a que se têm dedicado, precipitação é factor que não se aplica.
Vem isto a propósito do Rock in Rio Lisboa, que está para ali a acontecer na televisão e, ao que parece, num espaço vagamente parecido com um parque de diversões musicado. De passagem pela SIC Radical, um Axl Rose em fase pré-reforma anuncia que vai sentar-se ao piano. O que já de si é preocupante torna-se particularmente grave quando começa a interpretar o, digamos, clássico "November Rain". O que faz pior é difícil de distinguir, se cantar, se assentar os dedos sobre as teclas. O piano soa mal como dificilmente se ouve onde quer que seja e a voz da criatura não coloca mais do que duas ou três notas no lugar certo ao longo de alguns minutos. Medonho. Como medonho é, um nadinha mais à frente, a estridente interpretação do, digamos, clássico "You Could Be Mine", agora já com todos os instrumentos e respectivos tiques de um grupo de rock'n'roll absolutamente anacrónico. E "Patience", outro, digamos, clássico, soa como soa uma banda treinada que ensaia pela primeira vez com um cantor.
A entremear a coisa, os meus camaradas Diogo Beja e Nuno Calado vão explicando que o novo (inserir gargalhada aqui) álbum, Chinese Democracy, não pode ser objecto de transmissão, daí os pontuais intervalos. Não há qualquer problema, qualquer drama, qualquer ansiedade. Depois de ouvido o que fizeram em Lisboa neste mês de Maio de 2006, as tristes cenas passadas há mais de uma década no antigo Estádio de Alvalade tomam agora contornos premonitórios. E uma vida completa o seu círculo.
Mas isto pode ser do meu ouvido, que é 1 pouco mouco.
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Vi o concerto pela televisão e foi uma desilusão. Vêm em digressão pela europa com uma semana de ensaios com o novo guitarrista (que não desgostei). O Axl Rose tentou várias vezes chegar aos registos vocais de antigamente e raras vezes o conseguiu, e quando o fez desafinava logo a seguir devido ao esforço feito. Em "Patience" pareceume que o erro foi do propio Axl que se antecipou ao fim da parte instrumental. Em "Paradise City" as coisas tambem não correram muito bem ao principio. Pareceume tambem que as coisas foram correndo melhor com o passar do tempo, inclusivé a voz do Axl. O Slash faz ali uma falta desgrçada. Mas apesar de tudo é sempre bom ouvir aquelas musicas num tempo em que o hip-hop, reggae (não sei se se escreve assim), R and B, tomaram conta da antena dos canais e radios de musica. Açima de tudo faz falta esta musica e esta postura Rock n Roll.
ResponderEliminarMas isto posso ser eu que não percebo nada de música.
abraço
eu estive nesse malfadado concerto de 1992, nos meus 17 anos ansiosos de estádios cheios e malhas rock. Mas tenho para mim que a desgraçada carreira a pique de Axl desde essa altura está relacionada com uma praga à portuguesa. 60 mil enfurecidos devem equivaler a um bruxedo à bela guttman, e Axl nunca mais venceu finais de rock n´roll. Nem quaisquer outras. Ainda assim doeu ver a sua figura caricata na tv.
ResponderEliminarEu prefiro, sem pestanejar, milhares de horas de hip hop e reggae a dois segundos de rock'n'roll deste calibre.
ResponderEliminarCheers!
Eu sinceramente gostei de ouvir os velhos clássicos bem ou mal são musicas marcaram uma época. Eu também estive nesse concerto de 92 e realmente o melhor deese concerto foram os Faith no More, mas mesmo assim acho que a maioria das musicas dos Guns são boas. Mal cantadas? Desafinadas? são as dele
ResponderEliminarFoi o degredo total, de facto!
ResponderEliminarComecei a ver o concerto mas não aguentei até ao fim. Não gostei do concerto. Então aquela coisa que tocaram que pretendia ser o Sweet Child O'Mine. Verdadeira desgraça.
ResponderEliminar.
http://toxicidades.blogspot.com
"premunitório"?
ResponderEliminarApesar de anónima, correcção anotada e efectuada.
ResponderEliminarCheers!
um pedido de desculpas pelo anonimato.
ResponderEliminara correcção foi minha.
http://ultimonivel.blogspot.com