09 abril 2007

Beleza interior



Caso saiba o leitor decifrar enigmas de dificuldade superior, terá percebido dois posts atrás que passei os dias pascais na vila de Idanha-a-Nova. E que aí dei mais uns avanços na leitura da gloriosa biografia do não menos glorioso John Peel.

E se uma das grandes riquezas de Idanha-a-Nova é a preservação de raízes e tradições que geram orgulhosos filhos e enteados da terra, não menos importante é a forma como a vila comunica com quem nela vive e com quem a visita.

Venho pelo presente meio fazer a mais convicta vénia à revista Adufe, a "revista cultural de Idanha-a-Nova". A Adufe é a mais perfeita antítese daquilo que imaginamos e por vezes conhecemos como órgãos de informação marcados pelos custos de interioridade.

O mérito é, justiça seja feita, em larguíssima escala da Silva! Designers, de Jorge Silva, que entre outros trabalhos deu forma a produtos como os suplementos Y e Mil Folhas, do Público. A sabedoria sugerida por esta contratação, essa, deverá ser da responsabilidade de alguém lá da Idanha.

Em termos gráficos e de paginação, Adufe é uma revista soberba, apetitosa, como o artigo intitulado Usos do Azeite publicado na presente edição semestral, a número 10. A isso junta-se, em perfeito paralelo conceptual, uma apurada noção de parcimonioso rigor informativo. O que é o mesmo que dizer que ali não se escrevem aqueles lençóis de texto de que o português médio habitualmente foge.

Gentilmente oferecida a quem a encontre, a Adufe é o melhor objecto de imprensa regional que alguma vez me cruzou a retina.

Mas isto pode ser do meu ouvido, que é 1 pouco mouco.

3 comentários:

  1. tenta arranjar a publicaçao de mirandela :)

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  2. Há que se tirar o chapéu ao atelier do senhor Silva. Relembro a maravilhosa campanha da "sardinhas formato Warhol" das festas populares de Lisboa de há uns anos.

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