06 setembro 2005

Editors: "The Back Room"


Hoje, um dia de 2005, é muito mais fácil fazer música do que há 20 anos. Não é só os Reasons, os ProTools, os Cubases e essas coisas, mas mesmo as guitarras, as baterias, os baixos. É mais fácil. Toda a gente faz. Excepto eu, porque é muito difícil.

Ora lendo uma prosa tresloucada, alegadamente a crítica a este primeiro álbum dos ingleses Editors, redigida por um colaborador do New Musical Express, estaríamos aqui na presença de algo de tão assustador como um "novo gótico". Felizmente, o autor da bizarria escrita, cujo nome não está aqui à mão, estava fora de si. E pode o mundo melómano descansar, porque não é daqui que vem a anunciada catástrofe do "novo gótico". Que os Sisters of Mercy tinham boas canções, ora disso ninguém duvida, porra. E depois?

O que em "The Back Room" se encontra são, genericamente, boas canções como "All Sparks" e "Camera" e "Someone Says" (se são singles ou quartos duplos com cama extra não sei). Que, em dias passados, faziam arrepiar quando vinham assinados por uns Psychedelic Furs, uns House of Love ou, para subir um nadinha o nível, uns Echo & The Bunnymen. E isso é muito bom, como se imagina.

Onde os Editors falham é na forma como tornam esse um som relevante em dias em que quase todo o excremento é relevante. Não falham rotundamente, vá lá, podia ser mais "original" (aceitam-se definições para o adjectivo). Aí podemos falar daquela forma sincopada como muitas das bandas "The" colocam a bateria e lhe aplicam os "hooks" de guitarra ou teclas que fazem o clique. Não vale a pena enumerar, para isto ser mais fácil de ler.

É só essa tentativa de recontextualização que me agrada menos nos Editors. É que, ouvindo com atenção, isto são boas canções (vieram-me por alguma razão à cabeça os Gene, vade retro)...

Mas isto pode ser do meu ouvido, que é 1 pouco mouco.

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