06 setembro 2005
Mocidade Mocidade...
Estas linhas vão ser novidade absoluta na blogosfera. Mais: na Internet. Nunca ninguém pensou nisto. Pelo menos, não mais do que metade da população mundial que sabe onde fica Portugal.
Sendo assumidamente labrego, ainda que não ao ponto de utilizar a expressão "dance-music", quero (ou vou, mesmo sem saber se quero) opinar sobre a actual juventude portuguesa. Claro que só se fala mal quando já não se pertence ao grupo.
Em muitas empresas onde a palavra "target" já é portuguesa, a juventude está no intervalo etário entre os 18 e os 25 anos. Isto, na realidade, dá para estender cada vez mais para baixo e um nadinha menos para cima. Isso é a juventude. E o que urge dizer é que a juventude portuguesa, na relação que tem com a música e com praticamente tudo o que mexa no interior da cavidade craniana, é muito fraquinha. É uma espécie de equipe cipriota nos Jogos Sem Fronteiras - não envergonha muito, mas também não orgulha nada. (Sim, já sei, trabalham bem nas consultoras multinacionais e essas merdas)
As publicações de música conhecidas como interessantes não têm sucesso, os objectos físicos (discos) não se vendem mas os mp3 também não (dão-se), o mais importante para se ser socialmente relevante anda algures entre conhecer uma outra personagem dos Morangos com Açúcar e falar com propriedade do universo 3G, mesmo quando não se sabe o que é o ponto G.
Ora isto é, digamos, fraquinho. Não foi só a Internet que lixou isto, apesar de ter ajudado na dificuldade de recolha de fundos. Ó Vicente, às tantas o meu bom amigo ainda chama rasca a isto.
É só ignorante, não vale a pena ir tão longe.
Mas isto pode ser do meu ouvido, que é 1 pouco mouco. Curiosamente, o seu também, não é?
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Eu também sou um jovem e ainda para mais, labrego até mais não. Mas sou daqueles mesmo ranhosos com 2 grandes patilhas e um grande fascínio pela "dance-music", principalmente a "Gasolina". A verdade é que o meu amigo tem razão, a juventude portuguesa não puxa pelo miolo. E porquê? Porque não vêem o "O diário de Sofia" ou o "Sic 10Horas". A verdade é que não fazemos muito para sair do poço de futilidade em que caímos, mas houve alguém que nos empurrou. Chama-se globalização e teve a ajuda da falta de qualidade dos media (publicações musicais incluidas). Todos nos querem ensinar a pensar. Todos nos colam rótulos conforme o que vestimos, ouvimos ou bebemos... Não somos nem melhores, nem piores que o resto do mundo. Somos, simplesmente, labregos. E 1 pouco moucos também.
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