15 fevereiro 2006

Ele vem aos poucos...

Morrissey_Ringleader of the Tormentors

A espera pelos primeiros dias de Abril é, como se imagina, já relativamente desconfortável por estes lados. É a vontade de ouvir o que aí vem, o que tem Morrissey para dizer e cantar depois de You Are The Quarry, a que se junta a provavelmente vã esperança de que uma cabeça pensante o traga desta vez a Portugal.

Na digressão de You Are The Quarry, até em Espanha o ex-vocalista dos Smiths actuou, facto que há longos anos não cumpria devido à sua conhecida repulsa por tudo o que implique eventuais abusos perpetrados em animais, caso concreto das touradas de morte. E eu vi, na ocasião, perto de Málaga corações cheios por aquela presença, lágrimas pelo milagre daquela aparição. Em Portugal não. Vi a costumeira lista de visitantes regulares. (Para este ano, datas agendadas para a Europa, podem ver-se, entre "n" outras coisas interessantíssimas, aqui.)

Ringleader of the Tormentors, o novo álbum de Morrissey, tem saída agendada para 3 (Europa) e 4 de Abril (Estados Unidos. Naturalmente, já há quem pela internet distribua os sempre deploráveis "fakes", ficheiros que dizem ser uma coisa e são, na realidade, outra totalmente diferente. Por estas bandas, no entanto, foi impossível resistir a ouvir duas das canções incluídas no álbum, "I Will See You in Far Off Places" e "Dear God, Please Help Me". E ter acesso àquilo que tudo indica ser a capa do disco, aqui reproduzida, num imaginário Deutsche Grammofon em absoluto contraste com a arma empunhada na capa de You Are The Quarry.

Sobre as canções, "I Will See You in Far Off Places" vai, inicialmente, ter dificuldade em voar alto, uma vez que adopta uma estranheza estética que passa pela combinação entre as guitarras cada vez mais evoluídas e elementos subliminares praticamente fantasmagóricos. É, em todo o caso, uma excelente forma de abrir um álbum que quer assumir-se como distinto de You Are The Quarry. "Dear God, Please Help Me" é outra história. É uma daquelas canções doridas, de mágoa e ironia exemplar, balada ao nível de monumentos outrora incluídos pelos Smiths em discos como Hatful of Hollow e Strangeways, Here We Come. Com as saudosas repetições no final, no caso com a frase "the heart feels free".

Obviamente, esta inquietação não está a fazer-me nada bem.

Mas isto pode ser do meu ouvido, que é 1 pouco mouco.

8 comentários:

  1. Capa tão "clássica". Interessante a relação.
    Esperemos que seja tão bom como o anterior.

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  2. Caramba, que rápido comentário!

    E ainda nem tinha escrito a prosa.

    Cheers, Tartaruga!

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  3. Pedro, estou tão ou mais ansioso do que tu :) para além desses dois temas, consegui ouvir tb o "You have Killed me" que é o primeiro single e que promete conquistar os incondicionais e os conquistados no You are the quarry!.
    Que venha rápido esse Abril! E quanto aos concertos, nem sei o que diga. Não há forma de fazermos uma petição? :)

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  4. Eu ainda só ouvi a «I will see you in far off places» e o single «you have killed». Por estes lados a ansiedade é também cada vez maior.

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  5. alguem me diz onde posso sacar essas musicas? Não me façam sofrer por favor :S

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  6. Também já tive a oportunidade ouvir os três temas aqui referidos, mas vou-me conter para não ouvir mais até ter o CD na mão.

    Incomoda-me ouvir um álbum novo e de repente começar uma música que já conheço bem. Tira a homogeneidade à experiência. Quando é um single ainda passa, agora logo três temas…

    Mas este álbum promete. E acho que o “I’ll See You in Far Off Places” devia ser single (apesar de me fazer lembrar a música de abertura do álbum “Clawfinger” da banda homónima).

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  7. Já ouvi o disco todo e é magnífico.
    Aguardai.

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  8. E pronto. Está ouvido o disco.

    Magnífico é um adjectivo que não usaria, ou talvez ainda não usasse... Mas vai soar bem a muitos ouvidos. Até aos que têm saudades dos Smiths.

    Cheers!

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